A interpretação como valor de verdade e como função poética
DOI :
https://doi.org/10.31683/stylus.vi26.751Mots-clés :
Interpretação, sintoma, sentido, função poéticaRésumé
O artigo desenvolve as implicações, para a interpretação, decorrentes dos dois horizontes do significante apontados por Lacan em O saber do psicanalista, quais sejam, um matemático e um materno/material. Pretende-se considerar, de um lado, a dimensão lógica da interpretação como a tradução em palavras do valor de verdade que o sintoma é, enquanto função. Nesta perspectiva, o sintoma pode ser entendido como uma fixação inconsciente de gozo pelo aparelhamento de uma linguagem cujo c.digo e funcionamento constituem o trabalho da interpretação. De outro lado, porém, encontramos nos últimos anos do ensino de Lacan a interpretação pensada a partir da função poética, na qual o destaque é dado à mensagem por ela própria, enquanto os outros elementos da comunicação tornam-se secundários. Propõe-se ao final que, se por um lado não se pode esperar de uma análise o sentido último, tampouco, por outro lado, deve-se levá-la ao ponto da exclusão do sentido. É aí que entra o sintoma, não como significação cristalizada, mas como o tonel necessário para o escoamento do sentido, efeito do sentido, pelo qual uma economia de gozo possível produz uma fixação mínima necessária (uma função) para se gozar do inconsciente.
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