A interpretação como valor de verdade e como função poética
DOI:
https://doi.org/10.31683/stylus.vi26.751Palavras-chave:
Interpretação, sintoma, sentido, função poéticaResumo
O artigo desenvolve as implicações, para a interpretação, decorrentes dos dois horizontes do significante apontados por Lacan em O saber do psicanalista, quais sejam, um matemático e um materno/material. Pretende-se considerar, de um lado, a dimensão lógica da interpretação como a tradução em palavras do valor de verdade que o sintoma é, enquanto função. Nesta perspectiva, o sintoma pode ser entendido como uma fixação inconsciente de gozo pelo aparelhamento de uma linguagem cujo c.digo e funcionamento constituem o trabalho da interpretação. De outro lado, porém, encontramos nos últimos anos do ensino de Lacan a interpretação pensada a partir da função poética, na qual o destaque é dado à mensagem por ela própria, enquanto os outros elementos da comunicação tornam-se secundários. Propõe-se ao final que, se por um lado não se pode esperar de uma análise o sentido último, tampouco, por outro lado, deve-se levá-la ao ponto da exclusão do sentido. É aí que entra o sintoma, não como significação cristalizada, mas como o tonel necessário para o escoamento do sentido, efeito do sentido, pelo qual uma economia de gozo possível produz uma fixação mínima necessária (uma função) para se gozar do inconsciente.
Downloads
Referências
Paulo: Cultrix, 2008, pp. 118-162.
LACAN, J. (1971-72). Estou falando com as paredes. Rio de Janeiro: Jorge Zahar
Editor, 2011.
__________. (1971-72). O Seminário, livro 19: ... ou pior. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar Editor, 2012.
__________. (1974). La tercera. In: LACAN, J. Intervenciones y textos 2. Buenos
Aires: Manantial, 2007, pp. 73-108.
__________. O Seminário: RSI. (1974-75): aula de 25 de janeiro de 1975. Inédito.
__________. (1975). Introdução à edição alemã de um primeiro volume dos Escritos.
In: LACAN, J. Outros escritos. Tradução Vera Ribeiro. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar Editor, 2003, pp. 550-556.
__________. O Seminário: L’insu que sait de l’une bévue s’aile à mourre. (1976-
77): aula de 18 de abril de 1977. Edição heReSIa (para circulação interna). Inédito.
NOMINÉ, B. (2011). Luto do sentido? In: Wunsch 11. Boletim Internacional da
EPFCL. Outubro de 2011. Disponível em: <http://www.champlacanien.net/
public/docu/4/wunsch11.pdf>. Acesso em 28 de janeiro de 2013.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Ao encaminhar os originais, os autores cedem os direitos de publicação para STYLUS.
Os autores assumem toda responsabilidade sobre o conteúdo do trabalho, incluindo as devidas e necessárias autorizações para divulgação de dados coletados e resultados obtidos, isentando a Revista de toda e qualquer responsabilidade neste sentido.