Os afetos são sinais de um tempo que não passa?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31683/stylus.v1i48.1141

Palavras-chave:

Afetos, Tempo, Angústia, Imaginário

Resumo

É em nome dos sintomas que afetam um sujeito que a demanda pelo tratamento analítico se institui. Seriam essas afetações sinais de um tempo que não passa? A fim de responder a essa pergunta, o presente artigo pretende situar os afetos na experiência psicanalítica, partindo do pressuposto de que, como fenômenos, eles podem não ser bons guias para uma análise. Neste artigo, percorro na obra lacaniana o que possibilita articular o campo manifesto dos afetos — dimensão imaginária espacial do sujeito — e a angústia, definida desde os primórdios como relativa ao desejo e aos tempos da castração. Por apontar para o estrutural, a angústia se torna afeto destacado, ao indicar a direção do objeto a, índice do real, não sem se articular ao sintoma e à inibição. A fantasia neurótica é suporte do desejo, em que o sujeito oferece sua castração ao Outro, mantendo-se temporalmente preso a esse instante. Na análise, a separação do desejo do Outro é o que permite ao sujeito se sustentar diante dos adventos do real sem se sentir ameaçado em sua existência; modulações de linguagem que permitem ao afeto passar, incidindo na temporalidade da experiência subjetiva singular de cada um.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Freud, S. (1969). Além do princípio do prazer. In S. Freud. Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (Vol. XVIII). Rio de Janeiro: Imago. (Trabalho original publicado em 1920)

Lacan, J. (1992). O seminário, livro 17: o avesso da psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. (Trabalho original publicado em 1969-1970)

Lacan, J. (1998). A agressividade em psicanálise. In J. Lacan. Escritos (pp. 104-

-126). Rio de Janeiro: Jorge Zahar. (Trabalho original publicado em 1948)

Lacan, J. (2003). Televisão. In J. Lacan. Outros escritos (pp. 508-543). Rio de Janeiro: Jorge Zahar. (Trabalho original publicado em 1974)

Lacan, J. (2003). Prefácio à edição inglesa do seminário 11. In J. Lacan. Outros escritos (pp. 567-569). Rio de Janeiro: Jorge Zahar. (Trabalho original publicado em 1976)

Lacan, J. (2005). O seminário, livro 10: a angústia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. (Trabalho original publicado em 1962-1963)

Lacan, J. (2008). O seminário, livro 11: os quatro conceitos fundamentais da psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. (Trabalho original publicado em 1964)

Lacan, J. (2008). O seminário, livro 20: mais, ainda. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. (Trabalho original publicado em 1972-1973)

Lacan, J. (2010). O seminário, livro 8: a transferência. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. (Trabalho original publicado em 1960-1961)

Soler, C. (2022). Os afetos lacanianos. São Paulo: Aller. (Trabalho original publicado em 2011)

Downloads

Publicado

2024-11-19

Como Citar

Petrovcic Fattore, A. F. (2024). Os afetos são sinais de um tempo que não passa?. Revista De Psicanálise Stylus, 1(48), pp. 101–109. https://doi.org/10.31683/stylus.v1i48.1141

Edição

Seção

TRABALHO CRÍTICO COM OS CONCEITOS