Os afetos são sinais de um tempo que não passa?
DOI:
https://doi.org/10.31683/stylus.v1i48.1141Palavras-chave:
Afetos, Tempo, Angústia, ImaginárioResumo
É em nome dos sintomas que afetam um sujeito que a demanda pelo tratamento analítico se institui. Seriam essas afetações sinais de um tempo que não passa? A fim de responder a essa pergunta, o presente artigo pretende situar os afetos na experiência psicanalítica, partindo do pressuposto de que, como fenômenos, eles podem não ser bons guias para uma análise. Neste artigo, percorro na obra lacaniana o que possibilita articular o campo manifesto dos afetos — dimensão imaginária espacial do sujeito — e a angústia, definida desde os primórdios como relativa ao desejo e aos tempos da castração. Por apontar para o estrutural, a angústia se torna afeto destacado, ao indicar a direção do objeto a, índice do real, não sem se articular ao sintoma e à inibição. A fantasia neurótica é suporte do desejo, em que o sujeito oferece sua castração ao Outro, mantendo-se temporalmente preso a esse instante. Na análise, a separação do desejo do Outro é o que permite ao sujeito se sustentar diante dos adventos do real sem se sentir ameaçado em sua existência; modulações de linguagem que permitem ao afeto passar, incidindo na temporalidade da experiência subjetiva singular de cada um.
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Referências
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