O que pode a psicanálise diante de marcas de segregação?
Da lógica de grupo à lógica möebiana
DOI:
https://doi.org/10.31683/stylus.v1i46.1091Palavras-chave:
segregação, identificação, grupo, singularidade, psicanálise, lógica, medidas afirmativasResumo
Esse texto parte do cenário de segregações, em curso também na atualidade, que podem ser considerados como consequência da organização social em grupos.
Através de contribuições de Freud e de Lacan é possível apontar a lógica de grupos que estabelece um fechamento, por identificação, a um significante que representa um grupo em oposição a outros, representados por outros significantes.
Freud discute a impossibilidade de conciliação entre as necessidades individuais e as exigências coletivas na civilização, enquanto Lacan prevê uma ampliação dos processos de segregação no futuro.
A segregação é vista como uma tentativa falha de lidar com as diferenças, resultando em exclusão e agressividade para com os considerados estrangeiros. Lacan propõe uma abordagem que reconhece a singularidade do sujeito e o laço social, visando a desidentificação e a desalienação. A psicanálise se apresenta como uma prática que busca romper com as identificações fantasmáticas e questionar acordos sociais injustos.
O texto também leva a pensar que as propostas de Lacan para uma Escola de psicanálise podem proporcionar uma nova lógica, pensada como de continuidade moebiana, que dê lugar à singularidade.
Medidas afirmativas são propostas como forma de dar voz à diversidade e abrir espaço para aqueles que se sentem excluídos ou segregados, enfatizando que em uma Escola que se destina a abrigar processos de (de)formação dos analistas, o desejo de inclusão e acolhimento encontre sempre um lugar.
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Referências
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