Como fazer a angústia falar quando seu objeto é o próprio corpo?

Autori

  • Consuelo Pereira de Almeida EPFCL

DOI:

https://doi.org/10.31683/stylus.v1i48.1153

Parole chiave:

Desejo, Outro, Angústia, Corpo

Abstract

Este texto aborda o trabalho realizado pelo psicanalista em um hospital geral e as questões que ali surgem com relação ao corpo. Partimos da premissa de que a linguagem opera sobre o organismo e faz dele um corpo que é transformado pelo discurso do Outro, fazendo leito para o “advento do Outro pela operação do significante” (Lacan, 1967/2003, p. 357). Demonstramos como o sujeito fala com seu corpo e, com efeito, mais do que sabe, sempre à espera de um leitor que possa escutar e interpretar a palavra que está amordaçada a seu próprio corpo. Acreditamos que a doença orgânica não é sem expressar essa fala. Uma fala em que o discurso médico sempre é surpreendido por algo que escapa à ordem médica e que produz enigma. Pretendemos, por meio de um fragmento clínico de uma criança internada em uma instituição hospitalar, discutir como o corpo, ao presentificar algo do sujeito evanescente da cadeia, pode servir como destino de sua própria angústia, trazendo graves consequências.

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Pubblicato

2024-11-19

Come citare

Almeida, C. P. de. (2024). Como fazer a angústia falar quando seu objeto é o próprio corpo?. Revista De Psicanálise Stylus, 1(48), pp. 119–125. https://doi.org/10.31683/stylus.v1i48.1153

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