Quem tem medo do ready-made? Psicanálise, interpretação e arte contemporânea

Autores

  • Sonia Borges

DOI:

https://doi.org/10.31683/stylus.vi25.771

Palavras-chave:

Psicanálise, interpretação, sintoma, ready- made

Resumo

Este artigo discute a orientação de Lacan para o trabalho de interpretação à luz de sua surpreendente afirmação: A interpretação é o ready made, Marcel Duchamp [...], na conferência A terceira, de 1974. Com esta “definição” da interpretação, Lacan não só radicaliza a sua crítica à perspectiva hermenêutica da interpretação, como ratifica a ideia do equívoco como sendo o seu paradigma. O ready-made, pelo fato de mostrar silenciosamente o que é um objeto, ou a falta essencial que habita e sustenta todo objeto, esclarece que é jogando com as palavras de forma provocativa que se pode ir além do deciframento dos significantes primordiais, sem, contudo, “engordar os sintomas com significados”.

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Biografia do Autor

Sonia Borges

Doutora em Psicologia da Educação PUC/SP. Professora do mestrado “Psicanálise, Saúde e Sociedade” na Universidade Veiga de Almeida. Psicanalista da Escola de Psicanálise do Campo Lacaniano Brasil- Fórum Rio de Janeiro.

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Publicado

2012-11-12

Como Citar

Borges, S. (2012). Quem tem medo do ready-made? Psicanálise, interpretação e arte contemporânea. Revista De Psicanálise Stylus, (25), pp. 59–67. https://doi.org/10.31683/stylus.vi25.771