A lógica da contingência na interpretação equívoca
DOI:
https://doi.org/10.31683/stylus.v1i40.512Palavras-chave:
interpretação, equívoco, Kairós, ContingenteResumo
Kairós é uma palavra grega impossível de ser traduzida que tem uma importância particular para a sofística, pois representa alguma coisa em relação ao tempo, ao discurso e à argumentação. Barbara Cassin define o Kairós como o instante in- calculável, furtivo, sem objetivo, singular e contingente. Também pode ser considerado como o momento de abertura do possível, momento de ruptura, criação do novo. Este trabalho pretende articular essa particularidade do discurso sofístico à contingência como modalidade lógica no tratamento psicanalítico. Uma discussão sobre as características do discurso do Górgias e do Lacan é traçada brevemente para tentar demonstrar por que o recurso ao equívoco é uma arma poderosa para trabalhar com o inconsciente através da interpretação. A partir de elaborações sobre o inconsciente real, a lógica do não-todo e a impossibilidade da relação sexual, demonstramos como a modalidade do contingente é crucial para o tratamento psicanalítico.
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