Incesto: o tabu de Édipo. Quando a função de “pelo menos um que não” falha
DOI:
https://doi.org/10.31683/stylus.v0i35.131Palavras-chave:
Incesto; Avunculado; Lévi-Strauss; Gozo.Resumo
Desde cedo, Lacan pôde destacar os efeitos devastadores do incesto, colocando essa questão em termos de devastação. Em geral, essa parece ser a referência mais comum utilizada nos casos de incesto para explicar a gravidade sintomática dos pacientes. No entanto, quando Lacan desenvolve o nó borromeano no Seminário
22 (complexo de Édipo — realidade psíquica freudiana), confere à interdição do incesto um caráter estruturante e simbólico, sendo, segundo Lévi-Strauss, a norma/intervenção (universal e particular ao mesmo tempo) que permite a passagem da natureza à cultura. Essas referências exigem, então, que revisemos a questão do incesto em termos lógicos das fórmulas de sexuação, e não tanto do sentido descritivo do tema, tornando visível o fracasso estrutural da função “pelo menos um que não” (desenvolvido durante os Seminários 18, 19 e 20) e suas implicações no nível do complexo de Édipo (como o quarto que amarra os três registros) e das políticas de gozo. Sem dúvida, a mulher como objeto de gozo, desenvolvida no Seminário 14, mais as contribuições recentes de Silvia Federici sobre as mulheres, o corpo e a acumulação original, serão passagens necessárias para entender o lugar da mulher e do capital em toda essa questão tão estranha quanto ameaçadora.
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