O tempo lógico e a morte
seria possível antecipar a certeza?
DOI:
https://doi.org/10.31683/stylus.v1i49.1149Palavras-chave:
Morte, Tempo Lógico, Lacan, Terminalidade, AngústiaResumo
Ao lidar com pacientes diante da proximidade da morte, as noções de tempo lógico são fundamentais para o manejo clínico do analista. Nestas situações, o paciente pode, por exemplo, ficar paralisado no instante de ver, angustiado, sem conseguir expressar-se, ou precipitar-se ao momento de concluir, declarando certezas antecipadas sem passar pelo tempo de compreender. Este artigo pretende examinar a aplicação do conceito de tempo lógico lacaniano na clínica da terminalidade, em situações em que o paciente possui um diagnóstico sem possibilidade de cura. Em um primeiro momento, abordaremos as formulações de Lacan sobre o tema, incluindo uma exposição sobre o sofisma dos três prisioneiros. Em seguida, exploraremos as três escansões temporais propostas por Lacan, articulando-as com a prática analítica no contexto de fim de vida. Em conclusão, apresentaremos o fragmento de um caso clínico que visa ilustrar, na prática, os conceitos discutidos ao longo deste estudo.
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