Sob a persistência do real: memória e tempo

Autores

  • Ângela Mucida

DOI:

https://doi.org/10.31683/stylus.vi18.877

Palavras-chave:

Tempo, memória, inconsciente, real, simbólico, imaginário, letra, discurso capitalista, discurso do mestre

Resumo

Esse artigo aborda a relação entre memória e tempo, tomando como fio condutor o conceito de real em Lacan: isso que não se universaliza, persevera e inaugura a categoria do impossível. Para tal destacamos em Freud os três tempos da constituição do aparelho psíquico que coincidem com os três tempos da memória, bem como as elaborações acerca das lembranças encobridoras e esquecimentos, demonstrando um enlaçamento estreito entre sujeito, memória e tempo. Com Lacan temos formulações inéditas sobre a relação entre inconsciente, tempo e real, distinguindo um inconsciente fora de qualquer sentido, portanto uma memória acossada também ao real. A partir dessas indicações trazemos à baila algumas reflexões dos efeitos do discurso do capitalista sobre o funcionamento da memória tomando como paradigma a hiperatividade em crianças e o mal de Alzheimer em idosos.

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Biografia do Autor

Ângela Mucida

Psicanalista, Mestre em Filosofia Contemporânea pela UFMG e doutoranda em Psicologia/Psicanálise na UFMG. Professora Adjunta do Centro Universitário Newton Paiva e coordenadora da especialização em saúde mental e psicanálise nesta instituição. AME da Escola de Psicanálise dos Fóruns do Campo Lacaniano – Fórum de Belo Horizonte, autora de: O sujeito não envelhece – Psicanálise e velhice (2004/2006) e Escrita de uma memória que não se apaga – Envelhecimento e velhice (2009).

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Publicado

2009-04-04

Como Citar

Mucida, Ângela. (2009). Sob a persistência do real: memória e tempo. Revista De Psicanálise Stylus, (18), pp. 73–87. https://doi.org/10.31683/stylus.vi18.877

Edição

Seção

TRABALHO CRÍTICO COM OS CONCEITOS