O inconsciente: trabalhador ideal

Autores

  • Maria Vitoria Bittencourt

DOI:

https://doi.org/10.31683/stylus.vi18.873

Palavras-chave:

Inconsciente, sonho, interpretação, Lacan, Freud, gozo, real

Resumo

Trata-se de um texto sobre o que Freud considerou como a via régia do inconsciente – o sonho – com a finalidade de questionar a prática da interpretação. Retomando uma afirmação de Jacques Lacan sobre o sonho como trabalhador ideal em Televisão (1974), levantamos a hipótese de que existem limites da interpretação do sentido do sonho. Para isso, retornamos aos textos de Freud sobre o trabalho do sonho, que introduz a dimensão do gozo, que se revela no desejo de dormir. Um sonho de Freud – sonho de injeção de Irma – vem ilustrar essa vertente de gozo do sonho em que a interpretação se reduz a uma fórmula escrita. Assim, o sonho deixa de ser considerado como mensagem do inconsciente, passando a traduzir um modo de gozo. Isso promove a dimensão da letra para que a interpretação possa tocar no real da experiência do inconsciente.

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Biografia do Autor

Maria Vitoria Bittencourt

Psicanalista, Mestre em Psicanálise pela Universidade Paris VIII – Sorbonne, professora do Collège Clinique de Paris. AME da Escola de Psicanálise dos Fóruns do Campo Lacaniano – Fórum França.

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Publicado

2009-04-04

Como Citar

Bittencourt, M. V. (2009). O inconsciente: trabalhador ideal. Revista De Psicanálise Stylus, (18), pp. 41–48. https://doi.org/10.31683/stylus.vi18.873