Por uma prática sem valor: a suficiência e a conveniência poética do psicanalista

Autores

  • Ana Laura Prates Pacheco

DOI:

https://doi.org/10.31683/stylus.vi25.769

Palavras-chave:

Interpretação, função poética, Aturdito

Resumo

No Seminário L’insu  (1976-1977) Lacan lança uma pergunta: seria o psicanalista poeta o suficiente? Esta é a provocação que ele nos deixa, afirmando a seguir que “apenas a poesia permite a interpretação”. Em meu desenvolvimento, destacarei que a articulação entre interpretação e poesia – portanto, as leis da linguagem – está presente no ensino de Lacan pelo menos desde A instância da letra  (1958). Lacan demonstrou – com Freud – que o sintoma, assim com o sonho, é uma cifra cuja lógica responde às mesmas leis que regem a combinatória significante: a metáfora e a metonímia. A estrutura metafórica, especificamente, produz um efeito de significação que é de poesia ou criação. Seria, então, a interpretação, homóloga à estrutura do inconsciente? Vou tentar encaminhar esta questão com base em três breves recortes: 1. Um significante irredutível; 2. Um dizer; 3. Um significante novo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ana Laura Prates Pacheco

Psicóloga. Doutora em Psicologia Clínica pela USP. Pós-Doutorado em Psicanálise na UERJ. Psicanalista. Membro e atual Diretora da EPFCL – Brasil (2010-2012). Membro do FCL – SP. AME da EPFCL. Coordenadora da Rede de Pesquisa de Psicanálise e Infância. Autora de “Feminilidade e experiência psicanalítica” (2001).

Referências

JAKOBSON, R. Linguística e poética. (1969). In: _______ Linguística e comunicação.
São Paulo: Editora Cultrix, 1969, 118 p.
LACAN, J. (1957). A instância da letra no inconsciente ou a razão desde Freud. In:
_________. Escritos. Tradução de Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.,
1998, p. 496-533.
_________. (1964). O Seminário, livro 11: Os quatro conceitos fundamentais da
psicanálise. Tradução de M. D. Magno. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1985.
269p.
_________. (1969). O Seminário, livro 17: O avesso da psicanálise. Tradução de
Ary Roitman. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1992. 209p.
_________. (1972-73). O Seminário, livro 20: Mais ainda. Tradução de M. D.
Magno. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1985. 201p.
_________. (1973). O Aturdito. In: LACAN, J. Outros Escritos. Tradução de Vera
Ribeiro. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2003, p. 448-497.
_________. (1975-76). O Seminário, livro 23: o sinthoma. Tradução de Sergio
Laia; revisão André Telles. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2007, 249 p.
_________. O Seminário: L’insu que sait de l’une-bévue s’aile à mourre. (1976-77)
Inédito.
_________. Conferência de Bruxelas. (1977). Inédita.
_________. O Seminário: Momento de concluir. (1977-78). Inédito.

Downloads

Publicado

2012-11-12

Como Citar

Pacheco, A. L. P. (2012). Por uma prática sem valor: a suficiência e a conveniência poética do psicanalista. Revista De Psicanálise Stylus, (25), pp. 43–51. https://doi.org/10.31683/stylus.vi25.769

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)