A lógica da interpretação em Lacan
entre o significante-mestre e o Há Um
DOI:
https://doi.org/10.31683/stylus.v0i38.431Palavras-chave:
Ordem discursiva, Decifração, Final de análiseResumo
Segundo Lacan, o significante-mestre apresenta uma propriedade fundamental para a lógica da interpretação: seu ponto de estofo, que garante a função de legibilidade. Com isso, a ordenação dos laços sociais fixa um elemento (S1), que possibilita o efeito de leitura na interpretação da ordem discursiva. Freud, por exemplo, identificou um significante-mestre, o sintoma, que lhe permitiu “ler” a divisão subjetiva e descobrir o inconsciente. Lacan, por sua vez, localizou um efeito de degenerescência do significante-mestre no discurso universitário por meio de uma corruptela no discurso do mestre. Não obstante, postulou que no discurso do analista surge um novo estilo e uma nova função do significante-mestre (dimensão da singularidade), que produz um recurso contingencial essencial para a produção do giro discursivo em direção ao Há Um. Desse modo, a partir da política da falta-a-ser, é possível pensar uma estratégia que caminha para a dissolução do sujeito suposto saber, já que o analista, como semblante do objeto a, coloca o sujeito a produzir seus significantes-mestres. Assim, no discurso do analista, o lugar abrigado da verdade posiciona um saber sem sujeito. Com efeito, se, por um lado, os efeitos da análise produzem a travessia da fantasia fundamental e a destituição subjetiva, por outro, uma análise levada a seu término tem o efeito de produzir um analista solidário da política do sintoma que se extrai do Há Um.
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